sábado, 17 de setembro de 2011

Trocas Culturais: transformações no sistema social africano do século XVI ao XIX

Francisco de Assis Sabadini
Heitor Benetti
Hernane Pereira Junior
Jean Bruno Urgel Branco
Ricardo Augusto Aidar Abib

O objetivo do texto estudado é demonstrar como ocorreu a expansão do tráfico de escravos na África Centro-Ocidental a partir das diferentes formas de contato entre os europeus e os africanos, assim como demostrar as consequências de tal expansão.
            No auge do processo de expansão do tráfico esteve em prática uma complexa rede de interesses que criavam e fortaleciam alianças e mercados, abriam rotas, e enriqueciam ambas as coroas seja com escravos e pedras preciosas para europeus, seja com tecnologias, indumentária, conhecimento, escravos, apoio militar que garantiam prestígio para os aliados africanos. Houve, também, chefes locais e demais grupos que, em dado momento, preferiram não se aproximar da cultura européia; optaram pela guerra contra os interesses portugueses em seus domínios. Assim, explicam-se as várias rupturas de alianças devido aos interesses do momento dos novos governantes e os conseqüentes fechamentos de mercados. Um bom exemplo é a rainha dos ambundos-jagas, Njinga. Em um momento em que o que governos instáveis eram comuns, esta rainha se manteve no poder entre 1623 e 1663, pois soube adaptar-se quando necessário. Sendo ora aliada, ora inimiga dos portugueses, ora praticando, ora não o comércio de escravos, adotando ou repudiando o cristianismo, pode demonstrar um grande potencial de adaptação aos diversos contextos específicos. Ela é um típico exemplo de que havia a possibilidade de resistir ao europeu quanto os interesses divergiam.
            Durante a leitura do texto notamos o emprego de vários termos referentes à organização política que nos obriga a indagar se os conceitos podem ser facilmente aplicáveis à realidade da África Centro-Ocidental, sem uma ressalva prévia explicitando as particularidades próprias da região. Pois, a autora ao explicar o que era ser escravo naquele local, apresenta as devidas características divergentes das da realidade das colônias americanas. A relação entre escravo e senhor não era baseada na “exploração máxima do trabalho”. O escravo tinha várias possibilidades de mobilidade social. Muitas vezes, ele era apenas um instrumento para aumentar o prestígio de seu senhor. Um homem poderia se tornar escravo “dentro ou fora de seu grupo de origem”. Ele poderia cometer algum crime, poderia ser comprado, ou poderia ser aprisionado em guerras. A autora também explica que a organização social destes povos era pautada no sistema de linhagens. Sendo assim, quem não estivesse dentro da linha de parentesco não precisava ser tratado como igual, podendo se tornar escravo de outra linhagem. Se um membro de uma linhagem cometesse um crime, ele poderia se tornar escravo do mesmo grupo, mas seria considerado um estrangeiro e estaria submetido a uma incorporação à linhagem “na condição de dependente”.         
O assunto trabalhado no texto deixa evidente que a escravidão existia como instituição bem consolidada antes mesmo do contato entre a costa africana e os portugueses. Não obstante, as normas culturais africanas foram fortemente modificadas à partir do processo de interação entre os grupos autóctones e os portugueses, o que permitiu que ocorressem alterações no modo de “produzir” escravos.
            Se pensarmos a escravidão na África antes da participação portuguesa e a consideramos em todas as suas implicações econômicas, sociais, simbólicas e políticas, será de fácil compreensão a série de mudanças que esse sistema sofre ao entrar em contato com um novo sistema econômico, social e político. Após esses dois mundos se interpenetrarem, uma nova orientação passou a organizar o antigo modelo africano, transformando-o no moderno escravismo transatlântico.
            A nova situação emergente acarretou transformações profundas na estrutura social e econômica de ambos os povos. Por um lado os portugueses passaram a desempenhar uma nova forma de economia através do comércio e utilização da mão de obra escrava, por outro as comunidades africanas modificaram suas leis e costumes referentes às formas como homens se tornavam propriedade de outros homens. Guerras entre tribos com a finalidade de capturar escravos se tornaram mais frequentes e costumes punitivos se tornaram mais rigorosos no seio das próprias tribos, penalizando delitos leves com a perda da liberdade. Uma ressalva deve ser feita, antes mesmo do encontro com o europeu ter transformado as relações no interior do continente africano, outras mudança já haviam ocorrido séculos antes em função da procura de escravos pelo islã. Essas mudanças já estavam muito sedimentadas quando os portugueses aportaram na costa africana, eram transformações no plano geográfico, político, cultural e religioso.
A idéia geral que permeia a abordagem da autora evidencia as transformações operadas no continente africano após o contato com os portugueses. Neste contexto a instituição escravista existente na África durante este período não pode ser negligenciada para o entendimento do sucesso do tráfico atlântico. As trocas culturais foram responsáveis por migrações dentro do próprio continente, pela ascensão e queda de chefes, fusão de tribos, criação de identidades, divisões e reorganizações no mapa político. Tal processo trouxe resultados importantes para a modelagem política, cultural e econômica do continente africano.

SOUZA, Marina de Mello. Povos em Contato: comércio, poder e identidade. In: _______. Reis Negros no Brasil Escravista: história da festa de coroação de Rei do Congo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 97-135.

22 comentários:

  1. Ana Paula Svirbul de Oliveira

    Penso que a síntese feita pelos meus colegas á respeito do texto da historiadora Marina de Mello e Souza se mostrou bastante elucidativo á medida que procurou dar ênfase ao aspecto cultural das relações estabelecidas entre os portugueses e os africanos da parte Ocidental da África Central.
    Em termos mais profundos, é preciso refletir que o caso especifico do relacionamento da rainha Njinga para com os portugueses não serve como regra, afinal a rainha Njinga se posicionou ora próxima aos portugueses ao se converter ao cristianismo ora distante ao se mostrar resistente em estabelecer relações com os portugueses. Na minha ótica faltou a discussão do processo de conversão da rainha Njinga ao cristianismo por duas vezes, já que esse processo reflete um ótimo exemplo de troca cultural.
    Além do que é possível discutir através da rainha Njinga, a formação e construção do personagem histórico, pois Njinga configurou de formas distintas dentro da história, sendo vista tanto como representante maior da resistência aos portugueses assim como se configurou como aliada dos mesmos.
    Por fim, desejo relembrar a movimentação do tráfico dentro e fora da África que foi trabalhado pela Marina de Mello e Souza, através da exposição de um depoimento de africano que foi capturado e deixou por escrito toda sua experiência,enquanto escravo até obter a liberdade.

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  2. É inegável que os portugueses tenham transformado de maneira considerável o comércio de escravos na África Centro-Ocidental. os europeus se inseriram em um mercado já existente, que possuía suas regras e sua dinâmica, baseados na cultura africana. porem, com a inserção portuguesa nesse mercado, houve um choque de culturas bem diferentes, onde os europeus tiveram que assimilar alguns pontos da cultura africana e também tiveram bastante pontos que foram assimilados pelos africanos. o caso da rainha Njinga demonstra que ela soube como poucos se adaptar à chegada dos portugueses e tirar vantagem disso.

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  3. A idéia de que a escravidão já era uma prática recorrente na África antes dos portugueses, e que este tipo de escravismo, que pode ser considerado ocorrência cultural e de ampla aceitação entre os povos e populações, divergia daquele instituído nas colônias americanas, que era baseada na exploração máxima do trabalho visando sempre o lucro, ficou bem claro neste texto.
    Uma coisa que gostaria que fosse mais desenvolvida foi a questão da resistência ao português, a rainha Njinga foi citada no texto como modelo de resistência ao português quando os interesses eram opostos, mas até que ponto funcionava essa resistência, qual a possibilidade de outros reis ou líderes irem contra esse novo modelo econômico europeu ocidental que praticamente entrou na África e me parece que foi incorporado por esses povos tão depressa? Pode-se realmente chamar de resistência o modelo da rainha, já que ela se aliava em certos momentos e em outros simplesmente não apoiava (em meu entendimento)?

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  4. Lendo o texto e os comentários dos colegas em torno da rainha Njinga, percebe-se que existe uma troca cultural muito forte, no qual, porém, uma cultura não anula a outra, elas se hibridam. Contudo, uma dúvida que ficou no ar e que gostaria, inclusive, de saber se hé explicações sobre a questão é quais jogos políticos estão por trás das atitudes da rainha. O por que se converter ao cristianismo? Por não se aliar aos interesses de Portugal? Essas trocas culturais, no entanto fazem surgir novas culturas, a partir da assimilação de uma cultura pela outra, então, novas práticas surgiram, sendo uma delas, a mudança nas formas de se conseguir escravos, colocado no texto dos colegas.

    Ricardo Sinigaglia Arruda - diurno

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  5. Stéfani, acredito que é um bom ponto de discussão se a rainha Njinga foi realmente um exemplo de resistência frente aos portugueses, afinal a posição da rainha se alternava. Penso que a imagem da rainha Njinga como um modelo de resitência, está muito mais ligado a uma construção histórica, do que se isso de fato pode ser interpretado dessa maneira.


    Ricardo, respondendo a seus questionamentos...conforme está no texto e foi discutido em aula, a rainha Njinga se converteu por duas vezes ao cristianismo, já que para ela a religião do português se apresentava como uma explicação para o poder que os português tinham,ou seja, se aproximar da religião do outro, é tentar obter o mesmo prestigio que o outro tem.Sobre a sua outra questão, é importante dizer que a rainha Njinga não resistiu todo o tempo aos portugueses, ou seja, ela teve vários momentos nesse relacionamento, tanto de aproximação como de resistência.

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  6. É claro que essa "resistência" é bem modesta, e que de certa forma foi bem trabalhada pela Rainha Njinga, tanto é que a mesma foi elogiada pela corte portuguesa por suas virtudes na diplomacia. A questão do cristianismo, ao meu ver, foi também uma estratégia para buscar vantagens para seu povo, pois se pautava, principalmente, em um desejo de maior poder de origem "divina". Porém, acho que o mais interessante nesse texto é, a apropriação feita em Angola e no Brasil da imagem da rainha Njinga.

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  7. É interessante perceber então, Ana Paula, como a religião relaciona-se com poder político simbólico e que leva a diferentes práticas por parte dos indivíduos e grupos, causando impactos sociais.

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  8. Acredito que essa suposta resistêcia não tenha sido exatamente uma resistência, pois entendo resistência como algo firme e "estável" e não de idas e vindas como as atitudes da rainha citada, As atitudes de Njinga me parecem estratégias políticas e econômicas, e até mesmo a questão da conversão ao cristianismo pode ser encaixada no jogo/ estratégias de poder político.

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  9. Direcionando um pouco a discussão para a questão das transformações da escravidão pós contato com os portugueses, é interessante notar que em determinado momento do texto, a autora Marina de Mello Souza, desenvolve as consequências do contato com os portugueses, resultando em aumento expressivo desta atividade. Enquanto antes da intensificação deste comércio [séc. XVI], a escravidão - como explicitado no texto acima - poderia ser caracterizada como um escravidão de linhagem no qual se tornavam cativos, em termos gerais, aqueles capturados em guerra e compra, além dos que estavam sob pena aplicada por algum tipo de delito cometido em comunidade, depois do contato com os portugueses, o cenário se altera de maneira significativa.
    A partir de meados do séc. XVII, passam os ataques-surpresa a aldeias, no intuito de conseguir cativos, serem frequentes. Soma-se a isso, a alteração que se deu nos processos legais, tornando-os mais rigorosos com intuito de aumentar o número de escravos. Neste sentido, parece-me que, mesmo a escravidão já sendo uma instituição consolidada em terras africanas, antes da chegada do europeu, é com a presença deste que as relações passam a se alterar de maneira mais significativa.

    Amanda Cristina Stefan - Diurno.

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  10. Depreende-se pela leitura do texto, e do presente resumo elaborado pelos colegas de sala, que as relações entre os portugueses e os reinos da África Centro-Ocidental, no referido período do auge da expansão do tráfico negreiro, caracterizam-se, a grosso modo, no estabelecimento de práticas e complexas redes de influências, interdependência e interesses recíprocos no que concerne sobretudo às relações culturais e às de comércio. Tendo em vista então as relações travadas entre africanos e europeus, tinha lugar uma complexa rede de intercâmbios, consubstanciada na criação (ou supressão) de mercados, no estabelecimento de alianças políticas e militares, enfim, na troca comercial e cultural constante e ativa entre as duas partes, quer seja na aquisição, por parte dos europeus, de escravos, ouro e demais metais preciosos, ou na obtenção e incorporação, pelos africanos, da indumentária, crenças e tecnologias europeias.

    Lucas Antônio O.P da Rosa - Noturno.

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  11. A rainha Njinga Mbandi (1582-1663), que governou entre os ambundos-jagas em meados de séc. XVII, me parece um desses “eventos atípicos” do qual fala De Certeau. Mais do que evento - certamente! - ela foi uma mulher, boa negociante, estrategista militar, irmã ambiciosa (e talvez fratricida), soube apropriar-se simbolicamente dos trajes da nobreza européia de então. Teve de assumir gestos e funções consideradas masculinas em seu mundo. Suas relação de idas e vindas com os portugueses e holandeses, bem como sua conversão ao cristianismo demonstram, no meu entender, a complexa rede de interações que se passava entre africanos e europeus neste momento, interações essas que tinham como um de seus pontos centrais - mas não único - as práticas escravocratas.

    Ao ler sobre ela não pude deixar de recordar da rainha egípcia Hatshepsut, que governou entre 1479 e 1458 a.C. Ela tornou-se tutora do seu enteado Tutmósis III que subiu ao trono após a morte do pai Tutmósis II. Ela também realizou uma série de manobras políticas, foi incorporando os títulos reais, até que assumiu o trono como faraó, chegando mesmo a trajar-se com o típico toucado nemes e a barba postiça régia. Suas estátuas, pinturas e relevos representam-na como faraó. Seus feitos também foram notáveis na história egípcia antiga e, porque não, na história da África.

    Njinga e Hatshepsut, “rainhas” em tempos e locais distintos, mas que se destacaram de forma similar – nunca igual! - na História das sociedades onde viveram.



    Indicação Bibliográfica:

    OGOT, Bethwell A. (Ed.). História geral da África, V: África do século XVI ao XVIII. Brasília: UNESCO, 2010.

    SALISBURY, Joyce E. Hatshepsut. In: Encyclopedia of women in the ancient world. Santa Barbara, California: ABC-Clio, 2001, p.148-151.

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  12. Direcionando um pouco mais o debate para as mudanças sócio-culturais vivenciadas pela Àfrica Centro-Ocidental após o contato com os portugueses, vale ressaltar que após este contato o “reino” do Congo entra em decadência. Neste sentido, o cristianismo contribuiu fortemente para a desestabilização da base na qual se firmavam as relações políticas daquela sociedade. Não foi somente a intensificação do tráfico de escravos a causa da desarticulação política do “reino” do Congo.
    Quando o chefe do Estado conguês, o Mani Congo, converte-se oficialmente ao cristianismo, leva consigo para o batismo o seu primeiro filho, posteriormente conhecido como D. Afonso, o “rei Cristão”, que na lógica portuguesa teria o direito ao trono quando o pai morresse.
    Alberto da Costa e Silva, diplomata e africanista brasileiro, ressalta que a primogenitura, pautada em regras patrilineares, não fazia parte da estrutura de poder no Congo. Quando esta noção foi introduzida, juntamente com a conversão ao Cristianismo, houve um grande impacto político. O poder do rei pautava-se numa série de laços de solidariedade estabelecidos, através do casamanto poligâmico, entra as famílias mais importantes. O Mani Congo era escolhido entre os filhos das esposas advindas das famílias destas famílias, havendo uma distribuição do poder, e não era necessariamente o primeiro a nascer, mas o que convinha mais no momento em que se apresentava a necessidade de sucessão. A noção de primogenitura, portanto, quebra os laços de solidariedade que há séculos legitimavam o poder, assim como a harmonia social nesta sociedade africana, contribuindo para sua decadência. Essas grandes tranformações sociais, entre outras, foram em grande parte o motivo da resistência de algumas camadas sociais ao Cristianismo e justificam ainda as atitudes de Njinga, que aceita o Cristianismo, mas não assimila todas as suas práticas, já que estas podem desarticular as bases de poder.

    Rosa - diurno

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  13. Realmente o ponto em que se pode observar que há diferentes maneiras de encarar a rainha Nijinga, no que diz respeito ao seu posicionamento frente à coroa portuguesa e a igreja católica, é bem interessante, pois, vimos de acordo com que ressaltou Marina de Mello Souza, que sua imagem híbrida de rainha guerreira e subversiva em relação à cultura européia se mostra diferente de outra imagem que se consolidara a respeito dela. Imagem em que ela é vista como uma líder que assimilou também muito da cultura portuguesa cristã e se relacionava com isso de maneira mais política que conflituosa. Esse ponto de dúvida que surge quando se reflete sobre a maneira que se dava a relação entre o europeu e nativo africano, como, por exemplo, a rainha Nijinga, explicita o ponto central do texto de Souza, já que sua discussão central justamente gravita em torno de como se deve haver um exame minucioso dessa relação, já que a dinâmica do tráfico negreiro, diferentemente da forma que trata a história tradicional, se deu a partir da apropriação de uma lógica pré-existente que configurava internamente as relações de poder nas sociedades africanas.

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  14. Um ponto importante que eu julguei como digno de nota referente a essa leitura é o que se refere à quantidade de pessoas que participavam do tráfico de escravos. Esse fato se tornou mais evidente a partir do século XVII, quando uma longa cadeia foi construída para que o processo se desenrolasse, sendo que nela havia a existência de diversos agentes, cada um responsável por uma atividade distinta. Havia a pessoa que era a detentora dos recursos financeiros, que por sua vez daria sustentação econômica à empresa; o responsável por realizar o contato com os africanos; o que se preocupava com as questões referentes a manutenção do escravo; o responsável pelos transportes (tanto o terrestre quanto o marítimo).
    Fora tudo isso, ainda havia a figura dos chefes de tribos que, ao possuir o domínio de algum território, controlava o fornecimento de escravos que atravessariam o oceano Atlântico.
    Isso tudo nos leva a crer que esse processo possuía uma complexidade muito grande, bem maior do que o previsto quando olhado de um foco superficial.

    Josemar da Silva Pereira - 4º HN

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  15. O que achei interessante neste texto é que a escravidão não era novidade na África. Ela já existia quando os portugueses chegaram, porém o que ocorre é que as relações de escravidão passam a se modificar com este contato. e essas mudanças são passíveis de ver tanto no próprio continente africano quanto na América, já que povos distintos podem escravizar também de formas distintas. além do mais o tráfico de escravos passa a ser algo muito vantajoso para os portugueses e também para os próprios chefes das tribos fazendo com que a relação entre eles se tornasse algo interessante e lucrativo para ambos.

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  16. É interessante fazer alguns paralelos acerca das mudanças no conceito de escravismo na África após a chegada dos Portugueses. Este texto é bastante rico e o comentário do grupo bastante claro. Agora também cabe uma reflexão sobre até onde ia a influência portuguesa per se no continente. Seu contingente nas colônias era muito reduzido e estes em raríssimas situações se aventuravam no interior do continente. Sendo assim nada mais natural que dependessem enormemente de seus aliados locais. Estes gozando desta grande influencia por muitas vezes mudavam suas alianças, o que torna bastante claro a falta de pessoal português nestes locais. Caso da já citada Rainha Njinga, que embora seja uma figura histórica bastante peculiar, dificilmente teria sucesso se existisse de fato um poder português consolidado na região.

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