sábado, 29 de outubro de 2011

BAHIÁFRICA: A INFLUÊNCIA DO BATUQUE NEGRO NA FORMAÇÃO CULTURAL BAIANA


Fabiana de Oliveira Andrade
João Paulo Bonome Neto
Maria Karolina Senarese Felix

            A cultura africana está presente fortemente no povo brasileiro. Desde os tempos de início de escravidão que o negro influenciou o brasileiro nos mais diversos âmbitos. É notável no estado da Bahia, por exemplo, a influência que as festas e os batuques negros provocaram, principalmente nos idos do século XIX, quando intenso debate foi gerado acerca da permissão ou repressão das manifestações festivas negras.
            O trabalho de João José Reis em seu texto "Batuque negro: repressão e permissão na Bahia oitocentista" demonstra esse debate em três diferentes momentos:
            1º: em 1808, quando o batuque e as festas negras causaram alvoroço na vila de Santo Amaro, dividindo as forças armadas de um lado, encabeçadas pelo Capitão-de-Milícias José Gomes e apoiada pelo padre local, Inácio dos Santos e também pelo governador da Bahia e capitão geral, o Conde da Ponte, que julgavam as danças e batuques promíscuos e também uma afronta à ordem local. Do outro lado haviam os outros brancos, senhores de engenho e políticos locais, que achavam a festa saudável para todos os lados, pois através do batuque o negro não se subverteria, como escreve o autor "(...) escravo que se diverte não subverte".
            2º: entre 1835 e 1841, entre os eventos do levante malês e as celebrações de coroação de Pedro II. O autor analisa principalmente as divulgações do Correio Mercantil, um periódico da época que, ao menor sinal de batuque ou manifestação festiva dos negros, logo noticiava a possibilidade iminente de levante e rebeldia por parte deles. O medo é o foco nesse momento do texto e a imprensa do Correio só fez disseminá-la, fazendo o povo temer um levante negro. Na verdade, a intenção do periódico era fazer com que a cultura afro fosse rebaixada, visto que se tentava uma certa europeização da Bahia e cada vez mais as festividades negras ganhavam adeptos "de todas as qualidades", conforme o próprio jornal cita em uma das matérias. O centro da rebeldia negra, nesse caso, não era de levante revoltoso contra a escravidão de seus corpos na maioria das vezes, seus batuques poucas vezes se convertiam em fugas, como gostava de divulgar as ameaças o periódico, mas significavam algo mais, a resistência negra a ter sua cultura, mente e alma escravizados também. Era através do batuque e da dança que o africano e seus descendentes negava deixar suas origens para trás.
            3º: década de 1850, quando a cultura negra foi caracterizada como barbárie pelos chamados baianos civilizados. O batuque era reprimido em um local e ressurgia em outro, com isso o cerco ia se fechando até que resultou em uma discussão na Assembléia Provincial baiana em agosto de 1855. Na discussão, mais uma vez houve a presença de dois lados divergentes. Em um dos lados dois deputados, de nomes Antônio Luís Afonso de Carvalho e José Pires de Carvalho e Albuquerque mostravam-se contra os batuques, que julgavam imorais, promíscuos e que também poderiam gerar rebeldia, além de considerar o batuque meramente como "vozeria", ou seja, barulho, que irritava os ouvidos dos "civilizados". Do outro lado estava o médico e jornalista liberal João José Barbosa de Oliveira, que defendia o ato do batuque como manifestação cultural quando realizadas em local privado, pois defendia que o privado não era de alçada das câmaras, bem como também saía em defesa do batuque comparando-o a qualquer tipo de música, onde a "vozeria" não era barulho, mas sim vozes exaltadas, que poderia altear-se.
            Nestes três momentos citados, muito em comum é encontrado, mas um fato chama a atenção: os baianos não sabiam se permitiam ou se reprimiam o batuque negro. Ora encarado como manifestação benéfica, ora encarado como o prenúncio de uma revolta. O medo do branco com um levante misturava-se à alegria e contágio causados pelos batuques e danças africanas e acabou por conquistando o baiano.
            Pouco a pouco, o negro civilizou, a seu próprio modo, africanamente uma Bahia em século XIX, onde poderosos buscavam exaltar sua cultura por algo que definitivamente não era: européia. A Bahia oitocentista mostrada no texto de Reis é uma Bahia, acima de tudo, negra, caracterizada por levantes, festas e ritmada pelos batuques dos atabaques, tanto combatidos em vão.
            A herança africana na Bahia até hoje é vista (muito mais do que uma herança européia que tentava ser forjada em idos de 1800) em seus mais diversos âmbitos, como pode-se ver musicalmente, onde a herança do batuque foi mais evidente (afinal, o Olodum é de Salvador, fundado em 1979, e executa uma senhora batucada em seus muitos instrumentos de percussão).
            O negro africano na Bahia, bem como seus descendentes, saíam batucando e dançando não somente para levantar-se contra o sistema escravista, mas principalmente para exaltar suas próprias identidades oriundas do continente, da mãe África, buscando afirmar que seus corpos poderiam estar escravizados, mas não suas mentes e culturas.

REIS, João José. Batuque negro: repressão e permissão na Bahia oitocentista in JANCSÓ, István, KANTOR, Iris (orgs.). Cultura & Sociabilidade na América Portuguesa, volume I. São Paulo: Hucitec: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp: imprensa Oficial, 2001.

15 comentários:

  1. O texto mantém-se em uma dialética constante, onde os sentimentos que envolvem os batuques dividem-se entre medo de permitir e medo de reprimir. As festas eram um momento de respeito à alteridade dos negros, um lugar onde poderiam até se separar de acordo com suas origens. A preocupação das autoridades imperiais era de que houvesse uma revolta, e que os batuques caracterizassem prejuízo, já que a energia despendida ali deveria ser gasta toda no trabalho. A tentativa de aproximar esses eventos da barbárie, relacionando-os até com concepções de paganismo, se mostra em três episódios que o texto nos traz. Essa mudança no cenário repreensivo em relação ao comportamento do negro por parte dos senhores foi entendida como um “amolecimento” dos ideais que achavam ser certos. Porém os senhores de escravos liberavam esse tipo de comemoração justamente usando as festas como um elemento pacificador, uma forma de distração e um pseudo-direito do escravo que poderia, ali, fazer homenagens à sua terra e cultura. A postura do negro em defesa de seu batuque pode ser entendida como um evento de resistência à homogeneização que tentavam lhe impor ou até uma forma de mostrar que eles também tinham raízes, não havia nascido trabalhando naquelas condições.

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  2. Gostaria de acrescentar ao ótimo comentário da colega Fernanda. Os negros apesar de sua condição repressora, conseguiam alguns direitos. Tais concessões como algumas festividades mostram, além de medo, o fato de que uma sociedade bem firmada em cultos católicos era obrigada a ceder que seus negros reproduzissem seus ritos, ditos pagãos. Além de uma "válvula de escape", também contribui para uma questão historiográfica pertinente: Qual era o real nível de autonomia e submissão dos negros no Brasil colônia e Império?

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  3. Acredito que a manutenção dos batuques se deu exatamente pelo medo das revoltas, e não o medo das revoltas pela ocasião dos batuques em sua maioria, pois as autoridades perceberam ali uma forma de todo o trabalho ser compensado com um dia de festa negra, e mesmo podendo ser visto como um “amolecimento”, a aproximação da aceitação destas festas se encontra mais próxima da idéia de retribuição por bom comportamento. Percebemos também que dependeu muito da região tratada a sua assimilação como uma festa eficaz ou não contra as revoltas, mas ainda sim sua utilização mesmo quando foram proibidos comprova que a festa negra já estava enraizada nos costumes e assim, aceita.

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  4. Achei este texto extremamente interessante justamente por fazer uma ponte entre a transmissão da cultura africana para o ocidente e a manutenção desta cultura em nosso país. Neste caso, o autor trabalha as festas de batuque a impressão que elas causavam aos brancos, bem como o significado que elas possuíam para os negros.
    As festas de batuque foram uma grande representação da cultura africana no Império e a luta do escravo por mantê-la foi uma ruptura com a visão de submissão do mesmo para com os brancos. Essa postura de resistência levou ao medo das autoridades locais, preocupados com a insurgência do negro, com medo da revolta, com medo do que a própria cena de atabaques e danças lhe inspirava. Porém, além do medo físico, o medo simbólico também imperava. E essa era a questão levantada pelo autor no texto. A revolta em si, sangrenta, a falta de decoro, a preocupação com a fuga mantinha-se constante, mas o medo psicológico que a europeização provocou nos baianos oitocentistas apavorava-os tanto quanto a possibilidade de uma insurreição negra. Havia o “perigo” de que o negro e seus batuques regredissem toda a “civilidade” que haviam conseguido até ali. Enquanto que para o negro, os batuques eram a representação de que eles não se deixaram escravizar mentalmente, e que, por mais longe e separados que estivessem, sua cultura e suas raízes não seriam esquecidas.

    PS: Gostei muito do título. Foi obra sua, né Neto? rsrsrs

    Pollyanna Menegheti 4ºHD

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  5. Acredito que o texto postado permite voltarmos a algumas questões conceituais apresentadas por Orlando Patterson. Na introdução do livro, Escravidão e Morte Social ele discute os elementos que compõem a escravidão no geral, fazendo um estudo comparativo entre escravismo antigo e moderno. Um desses elementos ele apresenta como sendo o "desenraizamento" que seria o aspecto cultural da relação senhor-escravo, onde o senhor, baseado em sua autoridade que não se legitima somente pela força bruta, mas também pelo controle de instrumentos simbólicos, acaba por "matar socialmente" o ser escravizado. Ou seja, o escravo perderia o direito de pertencer à um grupo social legitimamente reconhecido. O que se discute no texto de Reis é justamente o aceitar o não tal legitimidade. Permitir as manifestações culturais dos negros organizados socialmente, porém informalmente, seria "oficializar" suas relações sociais, permitir que o escravo começasse por "reviver" socialmente e culturalmente, onde ele deixaria de ser "culturalmente isolado da herança social de seus antepassados" (PATTERSON, p.24)e isso poderia sim, como acredito, significar um perigo à instituição escravista, (mesmo que o próprio senhor tente "negociar" e talvez não tenha a completa noção do significado maior que tal expressão poderia tomar), pois corria o risco de deixar de ser baseada no "poder total" do senhor, já que este poderia não ter o total controle dos símblos culturais permitidos, o que "deformaria" um dos elementos contitutivos da escravidão.

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  6. É interessante traçar um paralelo entre este texto do João José Reis e outros estudados e comentados em sala de aula. As festas africanas, em geral, eram vistas pelos brancos através de dois vieses: uns, aprovavam e encaravam-nas como forma de pacificação do escravo e desopressão de seu espírito diante das dificuldades do regime escravista; outros desaprovavam as festas, uma vez que as compreendiam como elemento de revolta dos negros escravizados. Neste texto, observa-se esta dicotomia através do Conde da Ponte e do Conde dos Arcos, embora ambos almejassem o controle e o domínio dos negros, modificava-se a forma: o primeiro tendia a reprimir as festas e os batuques, enquanto o segundo tendia a tolerar. É interessante, porém, a consideração final do autor, segundo o qual nenhuma das duas medidas mostrou-se apta a assegurar a paz nas senzalas.
    - Isadora Remundini - Matutino

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  7. Aos autores de Baiáfrica, o texto de vocês é claro e prático, pontuando bem a cronologia e problemática dos episódios trabalhados por João José Reis. Quanto aos respectivos comentários (de Fernanda Brussi, André, Priscila Perroni, Pollyanna, Pri, e Isadora) estão muito bons, pois somados apontam as principais questões da temática.
    E João José Reis, historiador baiano, é um dos baluartes na historiografia que trabalha a singularidade da questão da escravidão negra, no século XIX, na Província da Bahia, principalmente na capital – São Salvador. No pós Guerra de Independência do Brasil a capital baiana passara a catalisar a revoltas de escravos em intervalos mais curtos, consequentemente crescendo em números as mesmas, no segundo e terceiro quartos do período oitocentista. Quanto às manifestações festivas, religiosas, ambas “não públicas”, domésticas e/ou de terreiros, lideradas realizadas por pretos eram perseguidas pelo poder policial baiano. Este combate e resistência por parte da autoridade pública vigorava corroborando com a assistente, tradicional, legal, e majoritária cultura brasileira, sócio-político-religiosa de matriz católica. O prejudicar a algum encontro espiritual africano, culto afro-brasileiro, festividade dançante, todos estes comumente feitos às batucadas, pela via da autoridade policial também conservava ao residir do domínio paternalista, neste Brasil monárquico. Sendo que a força de resistência negra na Bahia fazia-se presente por meios religiosos, a exemplo dos pretos islamizados, e impreterivelmente nos axiomas constituintes do Candomblé.

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  8. O batuque representava uma forma do negro ser independente mentalmente em relação a sua condição de escravo segundo Joao Jose Reis. Mas tambem as festas para os senhores tinham um papel importante na confecção da sociedade escravista, pois a tinham em alguns casos como meio de manter as coisas em ordem. Sendo assim entendo que as festas desempenhava importantissimo papel no sentido de que funcionava como um meio de "negociação" mesmo que não explicita entre senhores e escravos.

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  9. Como diria Glória Moura (1998), as festas tem "importância intrínseca, pois é esta verdadeira 'cultura de festa'que evidenca o que mantém em cada um o sentido de pertencimento ao grupo", à serviço da coesão do grupo, ou seja, as mudanças e as apropriações são necessárias para a garantia da reprodução dos ritos como sobrevivência de seu "eu histórico" e emancipação do ser quando necessário, uma vez que ele sempre está preso à novas amarras.
    A cultura do batuque é normalmente associada à Bahia mas devemos destacar que ela se encontra no Mato Grosso, em Minas Gerais, só que justamente assume novas formas para cada uma de suas localidades e demandas.
    A música, o uso dos elementos simbólicos são mecanismos de transposição do ser nas mais variadas culturas e exalam o quão poder estes possuem quando analisamos não somente a figura dos negros mas das diferentes latinidades, orientalismos, entre outros.

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  10. Acho da mais alta valia o estudo das práticas ritualísticas praticadas pelos negros aqui no Brasil, pois além de expressarem toda a carga religiosa trazida para cá por eles, nos permitem uma melhor compreensão da mentalidade da época, seja expressa por negros ou por brancos. Muitos dos costumes que trazemos até hoje são heranças modificadas, ou não tão modificadas assim, e ainda que sob repressão e perseguição os costumes africanos foram muito bem incorporados pelo catolicismo. Exemplo disso são as festividades fúnebres, nas quais o padre realizava a extrema unção sob batuques e cantorias. E tais festividades são largamente estudadas por João José Reis. A única dúvida que me resta a respeito das ponderações que o autor trabalha, é se tais festividades eram realmente o momento em que as diferenças eram esquecidas, ou se visão apaixonada do autor é que deixa transparecer isso. Mas de qualquer forma, este momento de "união" estre brancos e pretos não deixa de ser dos mais interessantes.

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  11. João José Reis aborda em seu texto a influência da cultura africana no estado da Bahia, dentre os exemplos estão às festas e os batuques e como inicialmente essas manifestações causavam a discórdia local, pois muitos viam nos batuques promíscuos e uma afronta à moral coletiva, já a outra parte interessada via nos batuques a possibilidade de diversão para os escravos. A possibilidade de essas manifestações engatilharem uma rebelião fazia com que algumas autoridades as encarassem com certo receio. O que se pode afirmar é que o batuque africano influencia até os dias de hoje a música baiana.

    Gabriela Bassan Piedade - Noturno

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  12. Ao mesmo tempo que signifcava uma manutenção das tradiçoes dos negros (tanto as trazidas da africa, mesmo que modificadas quanto as aqui criadas) e um descanço psicologico do exaustivo trabalho em cativeiro, era preocupante por ser um sinal de resistencia do negro, o que gerava certo receio nas autoridades publicas de que houvessem revoltas, visto que os tambores são muitas vezes associados ao combate... mas a questão de os senhores permitirem os batuques pode ser visto também como uma valvula de escape de tensões sociais que possibilitava o melhor controle dos escravos.

    Ícaro 4ºHD

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  13. A meu ver, um ponto que merece nossa atenção, no que se refere a um dos momentos no qual se travou o debate em torno da permissão e/ou repressão das manifestações culturais negras na sociedade brasileira, diz respeito ao modo pelo qual os escravos realizavam seus batuques e suas festividades como uma maneira de resistência. Ou seja, suas músicas, danças e batuques, em determinados contextos, eram muitas vezes manifestações e afirmações contra a submissão e tolhimento de suas práticas culturais, crenças, valores e origens africanas. Buscavam assim a preservação de sua cultura contra uma possível escravização das mesmas, uma vez que seus corpos e liberdade já eram ambos submetidos pela escravidão.

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  14. O batuque, as festas e a flexibilização do trabalho negro, vem de encontro ao controle do escravo. Bem interessante notar como o autor trabalha essa questão e traça um panorama sobre as percepções e o acirramento das opiniões acerca do negro. A nuance do controle do escravo passa para um modo mais duro, mais flexível, o modo de agir muda de acordo com a pessoa em questão no comando, mas o fim desejado sempre se dará similar, além do uso da imprensa na repressão às festividades do negro.

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  15. Ao fazer a divisão dos três momentos distintos relacionados as festas de batuque o post ficou bastante claro nas diferenciações desses momentos.
    No primeiro momento, acho importante levarmos em conta a situação sustentada do Brasil enquanto colônia portuguesa, sendo ainda o ano de 1808 o marco onde “as mudanças” efetivamente começaram com a vinda da corte para cá. Logo a europeização da sociedade não era ainda, a meu ver, uma preocupação primal da sociedade baiana. O que importava era como a produção para o mantimento dessa as revoltas precisavam não existir, ou ao menos não serem frequentes cabendo muito bem a expressão apresentada pelo post onde autor aponta "(...) escravo que se diverte não subverte".
    No segundo momento apresentado, a situação já é bastante diferente, as terras brasileiras já são independentes e com isso as necessidades nacionalistas já estavam aflorando, e o modelo de civilização a ser copiado é claro seria o europeu e não o africano, sendo que as tentativas de rebaixamento da cultura negra cabem muito bem nesse contexto. Embora ainda há uma dúvida entre o respeito da necessidade do negro possuir sua própria cultura e assim manter-se mais brando e menos adepto a revoltar-se e as idéias da inferioridade do negro e de sua cultura que deveria ser combatida.
    Já no terceiro momento fica claro que já em maior efetividade os projetos nacionalistas de exaltação da civilização européia branca, a transformação da cultura negra em barbárie sendo essa idéia defendida pela imprensa é algo coerente as políticas da época.
    No entanto, o que mais me chamou atenção foi a apresentação do lado da africanização da Bahia, sendo que a presença da cultura do batuque negro e outras manifestações culturais negras persistem muito mais no povo baiano do que os conceitos de civilização européia que a sociedade oitocentista tentou instituir de forma dominante na cultura, sendo realmente muito mais claro hoje a herança africana na cultura baiana do que a européia.

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