sábado, 29 de outubro de 2011

BATUQUE NEGRO


Daniel Hipólito
Filipe Nacaratto
Vitor Braganholo

O autor para fazer um diagnóstico da situação do negro na Bahia busca entender como ocorriam as festas negras e também a participação dos negros nas festas em que eram muitas vezes apenas serviçais, nas primeiras décadas do século XIX. Mapeando-as não em relação a musica e cultura, mas nas relações de poder na sociedade escravista, tendo como ponto principal, o batuque, marca das festas de matriz negra, e representação mais fiel da experiência africana.
            As festas vão ser sempre uma forma de discussão em relação à sua representação e seu papel na sociedade. Havia uma multiplicidade de interpretações sobre as festividades negras: muitos a entendiam como meio de expressão da resistência escrava e negra no Brasil, outros condenavam assinalando-as como ensaio das revoltas, mas havia quem entendia como meio de controle social dos escravos, e alguns defendiam as festas como forma de liberdade do africano.
            Ao trilhar as transformações sobre a percepção da festas negras de batuque, o autor expõe três exemplos distintos para ilustrar o quadro. O primeiro é uma festa ocorrida no ano de 1808 em Santo Amaro, nas oitavas de Natal. Nessa festa, observa-se a perspectiva da divisão étnica, onde os negros se reuniam conforme a sua origem, embora essa divisão não fosse completa. Um dos pontos importantes destacado pelo autor é a comida, que havia sido paga pelos próprios negros, evidenciado pelo aferimento de renda, mostrando o relaxamento de certa maneira dos senhores em relação ao trabalho remunerado e a composições de pequenas plantações de subsistência. Outro ponto é que os próprios senhores liberavam os escravos para participarem dos batuques, sendo que alguns desses senhores inclusive assistiam àquelas comemorações.
            O autor destaca também a preocupação de alguns senhores e autoridades em relação à festa se desenvolverem até a noite, pois para eles, os negros deviam estar descansados para trabalharem no outro dia, e além do que a noite era o momento em que os demônios estavam a passear, e os negros revoltosos circulavam com maior liberdade.
            Mas o ponto principal dos acontecimentos em Santo Amaro é entender como a percepção em relação ao que representava as festas dos negros estava dividida em dois extremos. Para muitos, personificado no Conde da Ponte, era necessário proibir os negros de batucarem para não podem se reunir e iniciar uma revolta, porem o seu sucessor, o Conde dos Arcos, ira vir com outra mentalidade, que vem de encontro à flexibilização da escravidão e as festas como forma de melhor controlar os negros. Assim permitir e reprimir passou a compor métodos de administração da paz nas senzalas.
            Outro momento analisado pelo autor, se da após a independência, quando os governos locais empregam grandes esforços para controlar melhor a população escrava. As medidas refletiam temores com a rebeldia escrava e com a disseminação dos costumes africanos, pois nesse momento os negros representavam a maior parte da composição demográfica de Salvador.
            A partir de meados do século XIX, mudou-se a percepção em relação às festas, com maior quantidade de africanos de etnia nagô em Salvador, as festas não eram mais a divisão dos africanos, mas sim de reunião desses. Aumenta-se o temor em torno dessas reuniões, principalmente após a revolução dos males. Em 1835, qualquer batuque era confundido com atentado contra a escravidão. Mas alguns senhores ainda sim permitiam seus escravos de batucarem.
             A imprensa criticava essas batucadas, em especial o Correio Mercantil, que reforçava esse medo da festa negra. Eliminar os batuques tinha uma idéia intimamente construída como forma de civilizar, à moda européia, a província baiana. Existia o interesse de diminuir a percepção que principalmente os viajantes por lá passavam, que Salvador era uma espécie de povoação africana. A batalha estava muito mais no aspecto cultural do que demográfico ou econômico.         Os batuques representavam uma forma dos africanos manterem-se independentes mentalmente, segundo João Jose Reis. Para muitos a festa africana representava uma ameaça ao projeto de uma Bahia civilizada.
             A partir da década de 1850, após o final do trafico transatlântico, havia a esperança de que agora conseguiriam com a diminuição da chegada de negros a Bahia vencer os batuques. Porem, os batuques irão se transformar novamente, e a partir dessa década, os batuques ocorreriam especialmente durante cerimônias religiosas.
            A festa do Bonfim era a preferida da população, em especial pelos negros. Em 1855 os negros estavam sendo proibidos de participarem dessas festas. E essa discussão a respeito da participação dos negros tomou maiores proporções chegando a ser discutida na Assembléia Provincial. A discussão se dava no direito ao batuque ou proibi-lo de ser realizado principalmente em lugares públicos. Existiam entre os deputados aqueles que queriam proibi-lo expressamente e aqueles mais tolerantes que defendiam a festa ao menos no âmbito privado. Dessa disputa sai vencedor a linha que defendia o batuque como forma de liberdade, pois para esses os regulamentos e as leis já existentes, eram suficientes para coibir os excessos que essas festas poderiam ocasionar.
            Sendo assim, podemos dividir as festas dos batuques em duas perspectivas. Aqueles que viam nela uma forma de ensaio para as revoltas, a repulsa moral e religiosa, que depois se transforma em medo após a revoltas dos males e a concentração de um maior numero de escravos de mesma origem especialmente os nagôs, e novamente se transformará, passando a ser preocupação com a resistência cotidiana, em especial a fuga temporária e a vagabundagem, que poderia ser favorecida pelas festas, com esse processo sendo encabeçado por autoridades conservadoras e o Correio Mercantil.
E numa outra perspectiva, mais flexível via nas festas uma forma de evitar as revoltas e os controlá-los, pois assim eles estariam menos propícios a se rebelarem, e também era um modo de assegurar algum direito civil para os negros.
            A principal disputa em torno das festas ocorreu no âmbito do medo da africanização que estava sendo percebida principalmente em Salvador, onde as tradições negras eram marcantes e presentes no cotidiano, e era contra isso que lutavam aqueles que queriam transformar Salvador e a Bahia em uma civilização nos estilo europeu. Porem as raízes africanas permaneceram, como podemos observar os dias atuais.

REIS, João José. Batuque Negro: repressão e permissão na Bahia oitocentista. In: JANCSÓ, István & KANTOR, Iris. Festa: cultura e sociabilidade na América Portuguesa. São Paulo: Edusp, 2001, p. 339-358.

15 comentários:

  1. Essa relação de poder entre brancos e negros traz à tona questões que o próprio autor levanta ao longo do texto, dentre elas a de que o negro no Império gera um desconforto entre os brancos conforme sua presença vai se firmando frente à movimentação social, política ou econômica. As festas de batuque são um ótimo exemplo da confirmação da existência do negro neste cenário. Os episódios ocorridos mostram que naquele momento, ele não está somente relegado às lavouras ou serviços braçais e domésticos já que as festas são os únicos momentos onde o julgo do senhor não é válido, apesar de necessitar de sua autorização. Dentro desses episódios percebe-se que, por maiores que fossem, as diferenças entre os próprios escravos são colocadas em um segundo plano para que se houvesse a oportunidade de festejar e homenagear a cultura de onde vieram. Cultura essa que, de tão forte, mantém-se até hoje. O enraizamento da cultura africana e brasileira foi formando laços tão fortes que as autoridades da época do Império já eram capazes de prever e, na tentativa de manter um território “civilizado”, tentou reprimir.


    Maria Karolina Senarese - diurno

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  2. A temática deste texto é interessante por, além da análise através da articulação entre documentos oficiais com a realidade, o autor mesmo tratando das festas - que em si são permeadas de religiosidade - (1)não enfatiza questões religiosas . Em primeiro momento, são enfatizadas a divisão étnica, que perde espaço, em segundo momento (principalmente após o segundo caso relatado) a formação de uma grande nação; (2) outro ponto importante do texto é a discussão em torno do direito , ou seja, os interesses de alguns grupos políticos ligados ao liberalismo: o que se discute é o direito da propriedade privada, como por exemplo, a proibição de festas em espaços públicos ; (3) a terceira ideia chave,a meu ver, é a ideia de civilização que passa a permear a sociedade (ideia que conta com árdua defesa do "Correio"), o que leva a crer que para atingir tal objetivo aos moldes europeus na Bahia deve-se reprimir manifestações africanas ( considerados não-civilizados). Ainda sobre essa ideia penso ser interessante observar, que a ideia de civilização reporta a diferenciação entre o escravo e seu senhor atraves de varias instituições da sociedade, não apenas da escravidão.

    Fabiana de Oliveira Andrade 4-HD

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  3. O que achei de interessante neste texto é que Reis trabalha com uma questão bem próxima ao que foi trabalhado no texto de Elizabeth Kiddy: a questão da música, dança e canto como forma de resistência negra. Claro que cada um possui os seus pormenores, no entanto, no que tange a questão de que em alguns lugares essas manifestações eram aceitas como forma de "distração" e, em outras localidades, eram vistas como uma grande perigo para a ordem escravista vigente é um assunto bem quisto pelos dois autores. A Bahia, por exemplo, era um local onde esses batuques negros eram vistos como uma forma perigosa de manifestação, como aparece em alguns relatos do período.Entretanto, essas manifestações negras foram de extrema importância e contribuição para o desenvolvimento da própria cultura brasileira e também para que os negros escravos, constituíssem mais uma forma de resistência contra a escravidão.

    Paula Fernandes Henrique - noturno

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  4. A economia de plantation fora iniciada no Brasil Colônia a partir do segundo terço do século XVI tendo como mão-de-obra aos escravos negros vindos cativos da África. Os mesmos eram descidos, majoritariamente, no porto de São Salvador, capital colonial até o final do segundo terço do século XVIII. Com a proeminência aurífera do século XVIII por logística ocorrera mudança da sede do Governo Colonial, de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro. Já no século XIX é coerente São Salvador possuir cerca de dois terços de sua população composta por pretos e mulatos; pois a economia de plantation havia retomado o carro chefe no Brasil, e cerca de cento e sessenta anos antes do surgimento das importantíssimas Minas Gerais havia escravos negros “solidamente” residindo na urbanidade baiana.
    O longo comentário acima possui como pretensão refletir de modo prático a questão da arquitetura como manifestação do poder no Brasil Colonial e Monárquico. Pois o batuque negro representa diretamente o caráter festivo, religioso, e revoltoso da cultura afro-brasileira perante a do branco católico brasileiro. A arquitetura colonial-imperial brasileira muito auxilia na demonstração e localização dos poderes vigentes: edifícios jesuítas, igrejas barrocas, as casas-grandes, as senzalas. Como pouco podiam os negros construir edifícios se empregaram da sonoridade, da história e mitologia oral para manterem e crescerem suas expressões de poder. Assim como os sacerdotes católicos faziam política além de zelar espiritualmente aos rebanhos a eles confiados; os pais e mães-de-santo aos filhos-de-santo, e ao povo-de-santo assistiam espiritualmente, sendo que o Candomblé constituiu-se como instituição de resistência política frente ao poder dos brancos, e nascidos livres.
    Na Salvador do século XIX escravos pretos africanos e crioulos; alforriados pretos e crioulos, brancos pobres, aristocratas, magistrados, homens públicos, residiam em edifícios que não distinguia suas posições sociais. E por vezes nos mesmos edifícios residiam escravos, e senhores, ou seja, a escravidão no ambiente urbano não exigia correntes, pois as grades que mantinham cativos pretos e crioulos eram bem estabelecidas na Sociedade. Portanto os atabaques, os batuques, foram também a forma negra de motim e levantes.
    Reflexão a partir da obra Negociação e Conflito: a resistência negra no Brasil escravista.

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  5. O fato que mais me atraiu no texto é o de que o elemento de cultura negra apresentada, no caso o batuque, trouxe um elo de ligação entre os povos africanos na Bahia e espalhou-se pelo Brasil, talvez em outros ritmos que possuem como base o batuque. Hoje, se alguém fala em qual é a cultura típica baiana, uma das primeiras coisas que vem à cabeça é a batucada dos grupos afros. Definitivamente a cultura baiana é uma cultura mais africana do que europeia.
    Também me chamou atenção o fato de a cultura ser vista como uma ameaça a um outro grupo que considera-se diferente ou dominante. Penso que a partir do batuque os negros conseguiam se sentir mentalmente libertos e parte de um grupo. Na minha opinião, proibir o batuque seria um estopim para uma revolta, pois assim estaria suprimindo uma liberdade cultural e negando a eles o direito de se sentirem parte de alguma coisa boa. Esse tipo de situação, penso ser pior do que a falta de liberdade sobre si mesmo.

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  6. Gostaria de enfatizar nesse texto sobre o batuque negro, a primeira narrativa que Joao Jose Reis traz, que é a Festa de Santo Amaro, em 1808. Um dos pontos que mais me chama a atençao nesse episodio esta na dualidade de senhores e autoridades em relaçao aos batuques. tendo como figura principal de um grupo o Conde da Ponte, essas festas para eles era vista como um ensaio para revoltas, e assim era preciso proibi-las, e nao somente isso, mas tambem castigar os escravos que as praticavam e repreender os senhores que os liberavam para batucarem. existia porem outro grupo, na figura do Conde dos Arcos, que viam nessas reunioes como um meio de controle social, pois para eles escravos felizes e festejando, eram escravos menos propricios a revoltas.
    Joao Jose Reis ao trazer esses dois grupos, deixa claro que existia diferença em relaçao ao modo como esses senhores e autoridades lidavam com o controle dos negros, a permissao ou a repreensao dos batuques, eram formas diferentes de buscar um mesmo objetivo que era a paz nas senzalas.

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  7. Faz-se importante destacar as transformações sofridas nas festas de batuque, como se pode perceber ao longo das narrativas de João José Reis. No primeiro momento o Batuque representava uma forma de reunião de grupos por etnias, sendo assim uma forma de separação entre os escravos, embora houvesse festas em que se reunissem mais de um grupo étnico. Posteriormente, essas festas se transformam: na Bahia se concentrou negros de uma mesma origem, os nagôs, e as festas passaram a ser entendidas como reuniões revoltosas, muito em função dos acontecimentos ocorridos em 1835 – Revolta dos Malês. A partir de 1855 as festas sofrerão outra mudança, neste momento a preocupação com a revolta dos negros foi amenizada, e aumentaram-se as preocupações com o crescimento e difusão da cultura negra. Buscavam a diminuição da participação dos negros, principalmente nos locais públicos, pois o objetivo é "civilizar" Salvador ao estilo europeu, e os negros não estavam incluídos nesse projeto como parte da cultura da Bahia: eles representavam uma africanização da cidade de Salvador.

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  8. É importante destacar que o autor trabalha o texto muito bem em três momentos que mostram a permissão e a repressão para com as festas, em uma crescente e culminando em um debate entre políticos da época.
    A sociedade claramente não sabia lidar com isso e, em meio a um plano elitista, impulsionado pela imprensa baiana, de europeizar a Bahia, o negro conseguiu civilizar a região a seu próprio modo e ritmo.

    Neto - 4º HD

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  9. As "festas" dos escravso negros que o texto se refere eram consideradas de certa importância para os senhores de escravos, sua realização era possibilitada como maneira de controlar aos escravos, deixá-los "satisfeistos" com alguma espécie de "folga", "relaxo", um breve descanso, por assim dizer. Uma volta a suas origens, manter uma tradição viva, é de suma importância para os negros erradicados em terras tupiniquins. Faz com que ainda se sintam ligados de certa forma a sua terra por meio da manutenção de costumes antigos e celebrações ritualísticas anteriormente realizadas.
    A ideia da permissão ou não do batuque negro é justamente essa, por um lado se trata de um controle de escravos (de maneira a não ocorrer uma revolta) e ao mesmo tempo se trata da permissão de um retorno a suas origens, o que pode levar a uma "identificação" entre os escravos de maneira a se organizarem, ou não, mas de alguma forma representar resistência ao domínio dos senhores de escravos. O fato é que esses mesmo batuques “de resistência” influenciaram de certa forma a sociedade branca brasileira. Influenciaram musical e culturalmente, fazendo com que antigos preconceitos fossem quebrados. Com tal manifestação cultural negra, o batuque em questão, a ideia da abolição da escravatura de fato tornava-se um pouco mais próxima da realidade da época.
    Jean - 4°HD

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  10. É interessante perceber a ambiguidade acerca das realizações dos batuques. Por um lado, essa festa poderia ser considerada pelos senhores como um ambiente de preparação para as revoltas dos escravos e, neste sentido, dava-se a repressão. A proibição dos festejos era realizada pelo temor da realização dessas revoltas, e do receio em relação à possibilidade de afirmação de um grupo forte e numeroso que pudesse ameaçar a elite branca. Além disso, havia a preocupação com os riscos que esses festejos traziam à civilidade, pois os batuques eram vistos como manifestações primitivas, de selvageria e imoralidade. No entanto, por outro lado, a repressão trazia consigo a possibilidade de os negros se revoltarem caso a festa fosse interrompida, ficando o senhor em uma situação embaraçosa. Mas, não podemos deixar de levar em consideração que nem todos os brancos eram contra a realização dos batuques, pois viam a “bagunça” presente nas festas como uma forma de manter a ordem.

    Laísa Almeida
    4° História Diurno

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  11. Esse texto aborda uma certa flexibilidade da escravidão, pois mesmo na condição de escravos podemos ver que nas ações cotidianas e festas os escravos conseguiam conquistar um espaço onde podiam afirmar seus costumes, seja dentro dos parâmetros das festas religiosas ou das batucadas, o fato das discussões políticas chegarem a questionar o grau de liberdade que as festas e batuques tomaram demonstra uma situação entre o medo de revoltas que resultariam ora na permissão de batuques para acalmar os ânimos dos escravos e em outros momentos era vista a proibição dos batuques como medida necessária para manter uma ordem social que se orientava sobre parâmetros europeus de civilização.

    Renato Furtak

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  12. Esta pesquisa de João José Reis apresenta a situação de conflito entre favoráveis e contrários ao batuque. Destaca-se a quebra de dois mitos. O primeiro, seria em referente a relação entre senhor e escravo, pois a ideia de que a vontade do senho é sempre imposta e aceita, percebe-se falsa, pois o medo da revolta fazia com que alguns senhores tolerassem este tipo de festa. O Outro mito, refere-se ao papel da imprensa. A imprensa muitas vezes é retratada como o clarim da verdade e do progresso; contudo, pelo texto, percebe-se que a imprensa nunca é imparcial, pois ela sempre defende alguma ideologia, no caso, a intolerância, de certo modo considerada já ultrapassada pelo homem do século XIX.

    Heitor Benetti - Diurno

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  13. João José Reis afirma em "A Morte é uma festa" que os batuques dos escravos eram permitidos não apenas por um medo de revoltas, mas também por vínculos afetivos que poderiam ser criados com os negros que conviviam no mesmo ambiente que a família do senhor, vendo os filhos dos brancos crescerem, ou crescendo junto a eles. Além disso, permitir os batuques poderia conferir ao senhor um status de bom e misericordioso, um status de bom cristão. Lembrando, também, que boa parte do clero permitia os batuques em funerais, nas celebridades das irmandades e confrarias. Portanto, houve, também, uma certa flexibilidade por parte dos senhores de escravos e do clero católico.

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  14. João José Reis afirma em "A Morte é uma festa" que os batuques dos escravos eram permitidos não apenas por um medo de revoltas, mas também por vínculos afetivos que poderiam ser criados com os negros que conviviam no mesmo ambiente que a família do senhor, vendo os filhos dos brancos crescerem, ou crescendo junto a eles. Além disso, permitir os batuques poderia conferir ao senhor um status de bom e misericordioso, um status de bom cristão. Lembrando, também, que boa parte do clero permitia os batuques em funerais, nas celebridades das irmandades e confrarias. Portanto, houve, também, uma certa flexibilidade por parte dos senhores de escravos e do clero católico.
    Hernane Pereira Junior

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  15. É importantes ressaltar que, apesar de se tratar dos negros (principalmente os escravizados), o foco não é a escravidão em si. É mais um debate em torno dos direitos dos negros, em uma tentativa de enquadrá-los ou não dentro da civilização ocidental. O levantamento de documentos oficiais mostra como os pensamentos liberais estavam muito presentes durante o período do império. Isso torna-se essencial para poder se entender os processos e as mudanças que foram ocorrendo para chegar-se ao processo de abolição. Contudo, a resistência (cultural) foi um dos elementos que permaneceu durantes os séculos, e chega aos dias de hoje através de preconceitos velados.

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