quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Da Mestiçagem à Diversidade: a defesa da diferença em questão


Bruna Gomide de Oliveira
Francisco da Costa Gagliardi
João Vitor Cavassano Zampier
Juliane Aline dos Santos
Luiz Carlos da Silva


Os movimentos sociais de combate ao preconceitoseja contra os negros, mulheres ou homossexuais vem com o passar do tempo se multiplicando e ganhando cada vez mais adeptos. Temas como esses, mais especificamente o do preconceito racial, são extremamente delicados e necessitam de muito cuidado, principalmente por parte daqueles que tomam partido dessas causas. A fonte dos discursos de combate ao racismo precisa sempre ser bem conhecida para que não sejam cometidos equívocos que deslegitimem os movimentos.
Quando pensamos em movimentos sociais devemos nos ater ao direcionamento político desses grupos e como esse direcionamento implica em suas atitudes. Grupos de combate ao preconceito possuem uma posição de esquerda, em busca da igualdade e da diminuição das diferenças. No entanto, ao erguerem a bandeira da igualdade esses grupos acabam por enfatizar as diferenças, com a intenção de diagnosticar os problemas geradores do preconceito. O problema é que essa abordagem sobre o tema não faz parte da conduta dos militantes revolucionários da esquerda, e sim dos contrarrevolucionários de direita. Na origem da divisão política entre direita e esquerda, ocorrida no processo da Revolução Francesa nos fins do século XVIII, estavam bem claros os posicionamentos dos dois grupos: a esquerda revolucionaria lutava em prol da Igualdade, Fraternidade e Liberdade, enquantoa direita, contrarrevolucionaria, buscava enfatizar as diferenças se utilizando, por exemplo, de argumentos que remetiam as diferenças encontradas nanatureza, a inevitável disparidade na formação dos povos, nações, etnias e a inalcançável diferença que as vivencias desses distintos grupos gerava. Dessa forma, seria impossível igualar homens provindos de origens tão diferentes, inclusive quando se tratava dos direitos prescritos nas leis.
O enfoque das diferenças é então uma construção que faz parte da formação dos grupos de direita, conservadores e antiigualitarios. A partir do momento que a esquerda, aqui representa pelos movimentos de combate ao preconceito, se apropria dessa construção ela além de não combater o preconceito, já muito arraigado na população, ainda contribui para o aprofundamento do mesmo.
Ao expor as diferenças do racismo, os militantes de esquerda pretendemdiagnosticar os problemas que levam a ele. É uma conduta válida, porém perigosa. A exaltação da diferença de inicio não causa nenhum tipo de choque à direita conservadora, que já está acostumada a reconhecer tal afirmação. Também não causa efeito dentro de uma parcela menos intelectualizada da própria esquerda, pois não consegue explicar o objetivo de seu discurso. A esquerda então se apropria de uma argumentação colocando “diferença – versus- igualdade”, expondo assim as diferenças e buscando a igualdade. Outra abordagem é a utilização do conceito físico-químico do átomo, onde então todo indivíduo é diferente por que é único. Nesta composição, é necessário um nívelde entendimento um pouco maior por parte dos militantes para que estes compreendam a complexidade do que se busca, o que acaba exigindo a participação de indivíduos elitizados, fugindo novamente da proposta desses movimentos sociais.
Estes argumento então defendidos pela esquerda apresentam pontos falhos, uma vez que manobras como a desconstrução e retorção desses argumentos são utilizados pela direita contra a própria esquerda, esvaziando assim os objetivos do combate ao preconceito.
Tudo isso leva à uma situação onde tanto os argumentos de direita quanto de esquerda deixam de ser divisórios e passam a se misturar, se cruzar, onde a linha de pensamento que antes definia cada uma delas com diferenças nítidas passa agora a se confundir na própria argumentação, aumentando com isso as bases que mantêm vivo o racismo e o preconceito na sociedade, já que as bases de sua oposição não são claras e portanto não possuem força suficiente para combatê-lo.


Referência

PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 2(2): 7-33, 2.sem. 1990.

Disponível no Link:

<http://www.fflch.usp.br/sociologia/temposocial/pdf/vol02n2/CILADAS.pdf> acesso em 19 novembro 2012.

15 comentários:

  1. É interessante pensar essas perspectiva na construção do movimento negro, que ao meu ver que ao mesmo tempo que prega a igualdade faz questão de pontuar as diferenças, acho que o ápice dessa discussão seriam as ações afirmativas - como as cotas raciais - onde para se chegar a igualdade se exalta a diferença. O que eu mais me indago é qual é o limite da diferença dos iguais...

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  2. Creio que o grupo se equivocou um pouco na análise quando afirmou que "No entanto, ao erguerem a bandeira da igualdade esses grupos acabam por enfatizar as diferenças, com a intenção de diagnosticar os problemas geradores do preconceito." A questão não é que a esquerda reforça as diferenças ao lutar pela igualdade; o que ocorre é que a partir da década de 60, a esquerda incorporou no seu ideário lutas pontuais, como o direito dos negros e das mulheres, e a partir de então passou a enfocar as diferenças como algo real e legítimo, mas não como um fator de desigualdade. Nesse sentido, o que o autor coloca é que esse discurso entra no terreno da direita, e é difícil de ser levado para a população em termos simples; Pierucci não chega a afirmar que a esquerda não deva enfocar de forma alguma as diferenças, apenas vê nisso um erro tático no campo político, pois fornece armas para a direita. O caso Sears, citado pelo autor, é típico; as bandeiras da womens culture acabaram por fornecer argumentos para que a empresa continuasse a discriminar as mulheres em sua estrutura de carreira, pois reforçou a concepção de que mulheres e homens - como diferentes que são - possuem ambições diferentes no mercado de trabalho. Essa ideia, partindo da própria esquerda e do movimento feminista, acabou por se configurar como um verdadeiro tiro no pé da luta pela igualdade entre homens e mulheres. Esse artigo, portanto, é um texto de um autor de esquerda que dialoga com a esquerda, e defende a ideia de que a luta da esquerda deva se pautar pela busca da igualdade, sem tanto ressaltar as diferenças.

    Fabiano Segismundo
    4º ano História Noturno

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  3. E m primeiro lugar gostaria de comentar que concordo com o colega Fabiano Segismundo com relação ao seu comentário ante a abordagem do grupo do diurno, pois também entendo que a abordagem dos colegas do matutino não contemplam, ao que parece, o que o texto de Fierucci quis transmitir. A idéia de que no texto do referido autor a esquerda com a intenção de diagnosticar o que gera o preconceito ergueram bandeira da igualdade e que com isso acabara esta por enfatizar a diferença, entendo que não se proceda.O texto na verdade é um alerta ao movimento esquerda, pois na medida em que quando esta passa a se ater a conceitos que ate então eram próprios da direita poderá no seio da sua militância atirar no próprio pé.Quando a esquerda toma pra si o conceito diferença, próprio da direita para buscar a igualdade, entendo que ela o faz com a intenção de defender uma igualdade em função de que essas diferenças são entendidas como minorias .O problema que a guarda nesse ponto acaba por ser abaixada já que , em função da sutileza que os conceitos carregam, na passagem do teórico para a prática a idéia pode se inverter e fazer aquilo que poderia ser um ponto favorável se transformar em uma arma perigosíssima contra o próprio movimento de esquerda.Entretanto , concordo com o grupo na colocação de que tudo ” tanto os argumentos de direita quanto de esquerda deixam de ser divisórios e passam a se misturar, se cruzar, onde a linha de pensamento que antes definia cada uma delas com diferenças nítidas passa agora a se confundir na própria argumentação”.Essa sutilezas que os termos diferença ou expressões do tipo diferentes mais iguais trazem em si para aqueles que já têm incutidos no seu modo de pensar e ver o mundo em relação ao outro sempre uma brecha que faz com que aquilo que é obvio e dito o tempo todo sem a possibilidade de discussão entre sempre .tudo isso são brechas deixadas infelizmente e aproveitadas sempre oportunamente por aqueles que querem fazer valer os seu pensamento, o seus ditames em outras palavras que a direita pensa e reproduz fazendo uso de possíveis equívocos que possam ser extraídos das ambigüidades dos termos e das colocações de certos conceitos a partir do abarcamento pelos movimentos sociais de esquerda dessas terminologias.

    Marco Antonio Teodoro de Souza
    4º ano de Historia Noturno

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  4. Rafael dos Santo Andrade23 de novembro de 2012 às 11:21

    Em acordo com o Fabiano e o Marco Antônio, acredito que exista equívoco em relação à interpretação realizada pelos colegas do matutino. A ideia principal, o fio condutor da discussão realizada pelo autor é a ideia de que a esquerda militante estaria caindo em uma cilada, assumindo como bandeira o discurso das diferenças para que seja alcançada a igualdade.
    Defende-se no texto base deste post, a ideia de que o discurso das diferenças faz parte do campo de atuação da direita conservadora desde os primórdios desse pensamento político, social e econômico.
    Observa-se que a direita conservadora não vê nenhuma anomalia na ideia de que os seres são diferentes; a propósito, a ideia das diferenças entre os seres é encarada como uma zona de conforto da direita conservadora, como algo natural e que deve ser realmente difundida essa ideia.
    Atenta-se ao fato de que a explicação da igualdade pelas diferenças é um ponto falho, pois, torna-se uma discussão muito abstrata, sendo que as diferenças são sensíveis; sensíveis, no que diz respeito a serem sensoriais e perceptíveis com facilidade. Dessa maneira, como a diferença é visível, acontece uma quebra da argumentação da igualdade partindo dos ideais da diferença.
    Quando o militante de esquerda assume que existem diferenças entre os grupos humanos e continua sua argumentação até o objetivo principal, que é o pensamento de igualdade desejado; seu argumento acaba por cair por terra. Já que as pessoas com menor aporte intelectual (mas não só elas) acabam por crer que a argumentação está equivocada, já que se afirma anteriormente que as pessoas são diferentes. Além disso, quando se assume a ideia de diferença, em senso comum, está se perpetuando a ideia de que existem grupos de pessoas superiores e inferiores; confirmando assim a maneira que a direita conservadora observa o mundo e suas articulações.
    Então, o que deve ser compreendido é que o texto base para a discussão aponta como ponto falho e uma cilada (como no título do texto) a apropriação do discurso das diferenças pelas esquerdas militantes, pois, esse discurso tem gênese no pensamento conservador de direita. Portanto, seria uma verdadeira cilada para a esquerda desenvolver um discurso da direita e que não deveria mais ser utilizado o discurso da diferença pela esquerda. Esse seria o propósito do autor, promover um diálogo entre as esquerdas, atentando aos perigos da apropriação do discurso das diferenças.

    Rafael dos Santos Andrade
    4º Ano de História, Noturno.

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  5. No apogeu da produção da diferença Pierucci identifica as perspectivas que se anunciam como "multiculturalistas", tão comentadas no meio acadêmico atual. Junto com as críticas pós-modernas ao sujeito universal, afirma-se cada vez mais o primado da diferença, onde as "múltiplas etnicidades", as "múltiplas culturas", são categorias de análise que caracterizam todo o processo gerado pela valorização da diferença no mundo contemporâneo. O autor resume esse processo dizendo que se trata do desdobramento da igualdade na diferença e desta última nas diferenças presentes em todo tipo de "múltiplos" que se defende nas teorias pós-modernas. Por isso, diz Pierucci, "a diferença jamais é uma só, mas sempre já-plural, sempre sobrando, muitas; sem unidade e sem união alguma possível" (p. 150).
    O argumento central do texto é que a questão da diferença, a atenção, a obsessão e a celebração da diferença têm sido historicamente - e certamente, hoje, o neo-racismo europeu é uma evidência disso - um elemento fundamental do pensamento e da prática do conservadorismo, da direita.
    Mas ainda assim é difícil responder: Somos todos iguais ou somos todos diferentes? Queremos ser iguais ou queremos ser diferentes?

    Larissa Forner - 4º Ano de História (diurno)

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  6. Acredito que o principal equivoco da frase destacada pelo Fabiano seja outro: para Pierucchi a esquerda não usufrui da idéia de igualdade para legitimar seus discursos e ações. Inclusive, no final do texto, ele ainda indica a direção que os movimentos sociais de esquerda deveriam tomar e que segundo suas concepções de tática política deveria ser justamente realçar as igualdades. Exemplificando, eu creio que para o autor, quando um movimento social-esquerdista pinta um quadro com um rosto de uma negra(o) para expor na universidade pública, tal movimento está apenas realçando a diferença da cor da pele e desas maneira não fomenta algo que faça com que as pessoas se sintam em pé de igualdade. Para a direita conservadora, re-afirmar a diferença - seja mesmo da cor da pele - é justificar que a diferença existe e justamente por isso deveremos cada um ocupar lugares diferenciados dentro de uma sociedade hierarquizada. Ou seja: se não somos iguais(diferentes), não podemos estar os mesmos espaços dentro da divisão social organizada.

    Também acredito que devemos ter mais cautela ao dizer que devido ao fato do discurso da diferença ter sido realçado pela direita deste a Revolução Francesa ele nao possa ser utilizado pela esquerda. O que o autor pretende, é mandar uma alerta para os movimentos sociais-esquerdistas, lembrando-os de que essa tática de atuação (realçar a diferença) é demasiada simples de ser combatida pela direita , haja vista vista que a direita está acostumada com tal idéia desde o século XIX. Aliás, um dos grandes triunfos do autor é tentar mostrar a existência de um fio condutor no modelo de percepção do mundo desde a Revolução de 1789 até a Inglaterra de 1940 e São Paulo de 1980. Pieruchi nunca diz no texto que a esquerda nao deve nunca usar o discurso da diferença. Ele argumenta que tal método de militância é demasiado fácil de ser combatido pela direita, pois esta tem tal discurso incorporado em sua base ideológica desde 1789.

    Renan Branco Ruiz
    4º Ano de História, Notuno.

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  7. Errata:

    1 - (...) que a direita está acostumada com tal idéia desde o final do século XVIII.

    2- (...) no modelo de percepção conservador de mundo desde (...)

    Renan Branco Ruiz
    4HN

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  8. Temos que considerar também, complementando o que já foi dito, que a esquerda, ao assumir o discurso que ressalta as diferenças, passa a ter dificuldade em transmitir esse pensamento para um público maior, já que, para a maioria o discurso que combina diferença, enquanto identidade e cultura e igualdade, no sentido econômico, político e social, entra em choque, apesar disso não ocorrer tanto quando os conceitos de desigualdade e diferença são tratados apenas no plano teórico. Portanto, no ato militante dos movimentos de esquerda o discurso da diferença pode acabar não surtindo o efeito desejado, e mais que isso: pode ainda fazer com que os grupos conservadores de direita tenham um contra-argumento e que se proliferem na sociedade.

    Caio César Vioto de Andrade 4HN

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  9. Parece-me que a discussão entre Igualdade e Distinção sociais é uma discussão marcada pelo seu tempo. Isto é, até a propagação dos lemas da Revolução Francesa, principalmente o de Igualdade, a diferença era encarada, no Ocidente, como
    algo naturalmente estabelecido. A hierarquia é vista como vontade divina: no momento da criação, o Criador teria deixado estabelecido hierarquias naturais: o Homem no topo da pirâmide e os outros animais postos gradualmente sob Ele. Depois dos lemas da Revolução, a igualdade entre os Homens é posta em confrontação com essa concepção hierarquizada da Natureza, a noção de igualdade social dentro do Estado é defendida. Os séculos XIX e, principalmente, o XX viram, com efeito, a confrontação entre distinção social e meritocracia, e igualdade social estabelecida pelo Estado gerando conflitos políticos e até bélicos. O século XXI, por sua parte, vê uma ascensão do discurso pró diversidade cultural, talvez devido ao processo de Globalização, e tolerância das diferenças culturais. Enfim, o que quero dizer é que as questões levantadas pela Larissa, no final de seu comentário, são datadas. E em cada momento histórico assumiu significações distintas e respostas mais distintas ainda. Parece-me, também, que a essas indagações devemos acrescentar a possibilidade de, no futuro, sermos todos diferentes uns dos outros, fisicamente (com o advento da pós-humanidade e a intervenção voluntária nos corpos), culturalmente, ideologicamente e comologicamente. Será que haverá algum momento histórico em que a Humanidade se tornará tão diferente que a única igualdade entre os Homens é que todos são diferentes uns dos outros? bom, mas aí a conversa já fica maluca....

    Eduardo Lobo Lopes - noturno

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  10. Venho salientar que a meu ver o autor do texto Flavio Antonio Pierucci faz uma espécie de divisão entre dois discursos de “direita” e “esquerda” e não menciona as diferenças em cada discurso, ou seja, enquadra o discurso de “direita” como único, sem variações ou conflitos, entretanto apesar de não mencionar a distinção em cada grupo Pierucci inicia uma discussão um tanto perigosa em nome da igualdade das diferenças, porém concordo com seu “discurso de igualdade”, talvez esse seja uma forma de solucionar o problema no conservadorismo, pois estes em sua maioria não conseguem conviver com a ideia de igualdade.

    Marisa Ap. Custódio Rossi - 4° Ano História Diurno

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  11. A diferença como mecanismo de luta pela igualdade é, em geral, utilizada conscientemente pelos grupos militantes tanto de direito quanto de esquerda. Tal premissa orienta a política contra o preconceito e reafirma o movimento que pretende manter as subentendidas hierarquias sócio-culturais (pensando aqui em etnia, gênero, religião etc.). Mas o que se torna mais evidente é o paradoxo da qualificação da "diferença" entre válido e perigoso. A proposta de elencar o discurso tradicional da diferença encontra-se justamente em opor-se a ele num movimento de naturalização da diversidade. Os movimentos sociais "etnicistas" (assim como outros) admite sim uma elite intelectualiza e politizada em seu seio, mas não a exige por não ter uma orientação determinada e planejada. A proposta prima de combate contra o discurso da "diferença" consiste em quebrá-la para naturalizar a diversidade.

    Silvia F. Rubini, 4º HD.

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  12. Sobre o posicionamento do grupo perante o texto, devo dizer que a frase citada nos comentários indagando uma má interpretação do texto é errônea. Quem esteve presente na aula, como eu, pôde observar que o grupo concorda com o conteúdo apontado nos comentários sobre a cilada da apropriação de um argumento conservador pelos esquerdistas. O grupo não se apresentou como defensor do discurso direitista como os comentários “tentam indicar”. Acho que o erro está numa leitura pré-conceituada do post.
    Alias quem esteve hoje no matutino (29/11) pode ver a retomada desta discussão tão acalorada aonde ainda não se chegou a um consenso, pois é um assunto que demanda muita discussão principalmente pelo fato de não se saber onde se situa os limites do que se diz ser igualdade e diferença.

    Wender Túlio de Paula
    4º Ano História Diurno

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  13. Diante da diversidade atual dos discursos políticos, bem como a revisão dos mesmos, percebe-se que a mobilidade do que se compreende como um discurso de esquerda ou de direita fica tênue e é facilmente cruzada. Na busca por uma socidade igualitária , atualmente, se mostra difícil entender a situação dos grupos que sofrem preconceito sem compreender o porquê disso. Dessa forma as diferenças passam a ser ressaltadas como algo natural para a assimilação do outro como ser igual.

    Carolina Valli Ferreira - Diurno

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  14. Eu penso que o cerne da cilada que a noção de diferença representa para os movimentos sociais seja o fato de que a diferença é operada como uma diferença de valor. Ou seja, quando uma "diferença" é descoberta, reconhecida, ela é desde então valorizada ou desvalorizada, recebe um sinal positivo ou um sinal negativo. Por isso, enfatizar ou ignorar uma diferença é perigoso. Se por uma lado é enfatizada ela pode estigmatizar um grupo ou se ignorada pode fazer com a necessidade destes seja negligenciada. Portanto, os movimentos sociais devem observar se o enfoque das diferenças não acaba por alimentar o preconceito e discriminação vindos dos setores mais conservadores, que poderão considerar a diferença celebrada por um determinado movimento social como algo a ser inferiorizado.
    Kátia Lima 4HD

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  15. Dentro das perspectivas apresentadas por Pierucci nota-se a preocupação do autor com a as implicações dos discursos pautados nas diferenças. As apropriações feitas pela esquerda com o objetivo de conquistar direitos e modificar valores podem embasar os argumentos de grupos conservadores que se opõe aos seus ideais. Segundo Antônio Pierucci, esses argumentos podem trazer implicações não desejadas conforme o pesquisador apontou: “o que só faz aumentar a probabilidade de ocorrência de efeitos perversos na ação pessoal e na ação coletiva daqueles que, à esquerda, se perfilarem sob a divisa do “direito à diferença”, uma divisa que deixou de ser sinal divisório, distintivo” (PIERUCCI, 1990). Pode-se conceber que existe na atualidade um discurso de movimentos de esquerda pautados nas diferenças e notamos que há uma reação de grupos conservadores que utilizam as brechas desses argumentos para deslegitimar as causas destes grupos.

    abner neemias da cruz 4º ano História

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